gestos, olhares. como é que se escreve sobre amor quando se é impossível descrever o que eu sinto quando olho pra ele, a explosão de adrenalina que chega no meu coração? eu nem sei se a adrenalina algum dia passa pelo coração, e que se dane a adrenalina, só sei que meu corpo dá um jeito de me mostrar que ele é o que eu procurava em tantos outros homens por aí, porque não é possível explicar de outra forma essa coisa que me vem não sei da onde e me muda não sei porquê.
no final a gente percebe que o amor é exatamente aquela coisa louca dos filmes, que acontece às vezes na fila da padaria, como já me disse meu caro amigo Amarante: "e até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei...". Não, o amor não é como aqueles filmes desesperados com lânguidas declarações inconsequentes.
o amor é leve.
o amor é exatamente isso: a gente não encontra amor nas coisas complicadas, nos grandes feitos, nos shows pirotécnicos e desesperos - isso fica a cargo da paixão. medo de perder e vontade de ter também não é amor, é desejo de posse. tenho uma amiga que recebeu uma declaração de desejo de posse esses dias e isso só serviu pra ela perder o encanto pelo coitado do menino.
o amor é simples, está escrito nas equações mais sublimes, nos olhares mais quietos, no piscar dos olhos mais indecisos. o amor é aquilo que se diz quando se está em silêncio, aquilo que se faz quando se entrelaça as mãos e quando se beija a testa suada depois do amor. o amor é aquilo que cabe na infinidade de um abraço, na finitude de caminhar lado a lado, nos milhões de reais gastos no cinema, em passagens de avião só pra sentar na frente da tv e mudar de canal juntos no dia do tédio. o amor são todos os filmes trocados por beijos. mas ai deles, os filmes, serem prepotentes o bastante a ponto de achar que são melhores que beijos molhados e afetuosos no escuro.
o amor é aquilo que cabe no instante infinito de um beijo.
o amor é um grito no silêncio quando ninguém se pronuncia. o coração batendo só quer gritar: EI PORRA, AMO VOCÊ! VÊ SE ENTENDE E ME AMA TAMBÉM! o amor é só um sentimento sem teto e órfão que quando acha o nosso coração faz uma bagunça lá dentro querendo chamar atenção e ser adotado. bate panela, tambor. faz uma barulheira pra isso. e quando consegue ser adotado, nos torna as pessoas mais burras da face da terra. sim, o desejo de todo mundo é ser burro de amor.
ah o amor, que te faz chegar atrasado no trabalho, que te faz perder horas chorando (sim meu caro, o amor também pode doer!), que te faz desejar uma única pessoa no meio de milhares que venderiam a alma ao capeta para estar contigo. ah o amor, que nos faz adicionar ao nosso vocabulário palavras como "mozim", "paixão", "razão do meu viver", coisamarlindadaminhavida", "nenémdanamorada", entre outros apelidinhos pró-nojentice.
amor, o melodrama da vida. sim, esse sentimento tão poderoso que faz pessoas se aguentarem por anos a fio, que faz tudo mudar e torna tudo melhor (ou pior, dependendo de como é empregado).
o fato meu querido é que nenhum ser humano vive sem ele. pode ser o amor por uma mulher, por um homem, por um ser indefinido sexualmente; pode ser um amor por um animal, uma planta, por um hábito, por qualquer coisa em que se sinta amor em fazer, mas o amor está ali, intrínseco ao ser humano. sempre. e toda forma de amor é considerada justa.
um dia inventaram um dia pro amor. aliás, inventaram um dia pros amantes. o comércio aproveitou para vender mais, e quem não tinha um amor até tentou arrumar um, mas no final o que ficou foi só o suspiro verdadeiro, a essência. podem tentar deturpar o verdadeiro siginificado, vender o amor nas esquinas, transformar amor em sacanagem, vendê-lo como sexo, mas quem tem e sente, sabe que nao é nada disso.
o amor é só aquilo que se acha nas entrelinhas, aquilo que não se vê. aquilo que apenas se sente. aquilo que inspira tantos poetas e mortais, compositores e cantores de chuveiro, pichadores de muro e blogueiros. o amor é aquilo que faz a gente acreditar. o amor... é a luz do mundo.
feliz dia dos namorados!
(foto tirada do blog Divã )
11 comentários:
Sei lá, até que deu para passar pelo dia dos namorados incolume. Como bom nerd solitário providenciei o fast food e fiquei vendo seriados. kkkk!
ps: me liguei naquela segunda parte do comentário não... nunca fui muito fã de Alice, kkkk
E o que o amor não faz não é mesmo? Bom, nesse dia dos namorados me dei um descanso do meu maior amor por enquanto, meus livros..kkkk Mas concordo em grau, número e gênero com você amiga, o amor rege a humanidade ! Felicidades para você e seu namorado, que não tarde muito para eu encontrar o meu rsrs.
Oiê! ^^! Ah, que lindo texto! Parabéns! Fique a vontade! Obrigada pela visita e pelos créditos! Beijooos e ótimo domingo! (:
hum, depois que eu vi a cena eu me lembrei, eu acho que faz muitos anos que eu vi esse filme... kkkkk!
Lindo, lindo. O amor é exatamente isso. Leve como... sei lá, como ele próprio. É um suspiro, é dez milhões de suspiros e sorrisos que vêm do nada sem que a gente perceba.
Ai, ai...
Adorei teu espaco! Teus textos sao maravilhosos, inteligentes e criativos! É dificil achar alguem que escreva com emocao hoje em dia, e de uma forma ou de outra teus textos tocam quem le.
ADOREI!
Estou te seguindo pra acompanhar tuas postagens sempre!
Bjs e tudo de bom pra vc! :)
Paulinha, adorei o teu perfil cara! Você não é blogueira não? :(
Procurei o blog pra dar uma olhada mas não achei nada... enfim, muito obrigada pelo carinho! Seja sempre Muito bem vinda no País! Beijos!
ah o amor ... buá uiasdhiasuhdsuia
gostei, o nome do blog é show, tô seguindo ... beijos
Você conseguiu expressar tudo que eu queria nesse Dia dos Namorados!
AMEI!!
Beijos, flor!
Você fala com Amarante que eu respondo com Camelo:
"Assim que o amor entrou no meio, o meio virou amor."
Brilhante "definição" do amor!
(se é que isso existe)
Aliás, esse tipo de pretensão não é pra qualquer um.
;*
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