Enquanto a frente fria chega e o Amarante canta no rádio eu busco a consistência nos seus atos inconstantes, na inconsistência do amor. Acho que sou capaz de pensar o mundo na sua ausência, mas que também aprendo sobre a história da vida e dos povos na sua presença. Tudo aquilo sobre os Hapa Nui e os Incas, as histórias perdidas da América Latina e dos outros países, eu sei de todas elas. Mas acho que a única história que quero trilhar é a minha e a sua, a história de como cabemos tão bem numa cama pequena e com os pés roçando.
Entendo sua implicância quando eu te faço usar as roupas que eu gosto e suas birras quando eu te mando cortar o cabelo do jeito que eu quero. Mas é que desde então você respira para mim, e não existe mais um outro nicho ecológico que combine tão bem com a sua natureza quanto esse.
O fato é que amanhã você vai chegar com flores e suas promessas de tempos bons, e eu não tenho nada mais a fazer a não ser te acariciar os cabelos e te dizer que vai ficar tudo bem. Que o governo não vai sofrer nenhum golpe de Estado, que a bolsa de valores não vai quebrar e que os barris do petróleo continuam abaixando de preço mas a gasolina pra nós não. E te dizer que apesar da conspiração do Universo, da CIA e da Gestapo, estamos juntos porque nos amamos e somos teimosos como duas mulas, sem intenção ou possibilidades de descendentes férteis, sem entender qual nossa função nesse mundo de tantos anos - com exceção de viver esse amor.
3 comentários:
(...)a história de como cabemos tão bem numa cama pequena e com os pés roçando...
QUE LINDO!
Amei o post e amei o cenário do blog tbm, tá super bacana! ;)
Bjinhos!
Lindo, Sa.
Gostei no novo Design do teu blog ;)
Raiza, já tem um tempo que sigo seu blog, mas andava sem tempo para ler mais a fundo e deixar um comentário.
Meu blog recebeu hoje o Prêmio Dardos, e eu indiquei o seu blog para dar continuidade à corrente.
Dê uma passada no meu blog para pegar o seu selinho, se te interessar, é claro.
Grande beijo.
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