terça-feira, 29 de dezembro de 2009

diário de bordo - 1.

05:57 da manhã. 30 de dezembro. o sol começa a encher o céu de luz. estamos num café na estrada, rumo a Vila de Caraíva, no Estado da Bahia - Brasil.
5 jovens. Viagem. Praia. Férias. Diversão. Ano Novo. Amizade. Sol. Mar. FELICIDADE.

sorrir, vem colorir solar..


eu cheguei atrasada. e o trem bala dos amores de verão me embalou. mas eu cheguei atrasada. peguei a metade da música. a metade da maçã pela metade. a metade dos dias de férias. eu cheguei atrasada em mim. e cheguei atrasada nos outros. cheguei atrasada nas explicações. cheguei atrasada para as juras de amor.
perdi as cartas, que ficaram atrasadas. cheguei atrasada na paixão. e nos meus amigos, que viram meu atraso. cheguei atrasada no ritmo que embalou. cheguei atrasada no show. na praia. na casa toda decorada de tons terrosos. cheguei atrasada no ar condicionado e no quarto com cheiro de incenso. eu cheguei atrasada no mundo. sempre.
mas mesmo chegando atrasada, recuperei todos os momentos. busquei lá no fundo as juras e cartas perdidas. apertei o replay da trilha sonora. e ganhei a outra metade da maçã, m e r e c i d a m e n t e.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

existe um abismo.

tinha um abismo no meio do caminho.
no meio do caminho tinha um abismo.
















os meus amigos estão doentes. um no hospital, um com câncer, outro com infecção na garganta. os países estão doentes. uns com muito dinheiro, outros com muitas armas, outros com muita fome. a sociedade está doente. uma parte é medíocre. a outra é hipócrita. e a outra é oprimida. os amores estão doentes. uns amam demais, outros de menos. e alguns são doentes pelo ciúme, pela possessividade. as minhas amigas estão doentes. algumas só pensam em homem; outras, só em academia; e o resto só pensa em se livrar da "chatice" faculdade, dos livros, dos professores e da responsabilidade. como se um dia ela não tivesse que chegar, né.
a natureza está doente. animais morrem. florestas morrem. todos morrem.
todos morrem por dentro e por fora. morrem física ou psicologicamente. morrem através de valores ridículos, por atitudes ridículas. morrem por serem ridículos.
o mundo está doente. o mundo está morto. o mundo é ridículo.

depois de não me perguntar mais isso desde a minha infância, eu me permito:
o que eu to fazendo nesse lugar?!

domingo, 20 de dezembro de 2009

lets dance.


vamos fazer uma festa na praia. vamos convidar o índio da mata virgem, o preto do terreiro, a freira do Convento da Penha. vamos chamar o bispo, o Papa, a Chiquita Bacana. vamos convidar Jesus. vamos chamar o Diabo. vamos exigir que ele leve o seu garfo e o seu fogo para fazer as bebidas flamejantes. vamos dançar. vamos chamar amigos loucos e alucinados, que tragam a erva nossa de cada dia e muita xixa. e cerveja. e vodka. e tequila. e xiboquinha. e suco gummy. e champagne pra brindar a vida. e o máximo de alegria para ser compartilhada. e tudo de alcoolico que existir. vamos levar caixas de som, deixar os decibéis tomarem conta de nossas mentes. vamos fazer uma fogueira, pular no mar de madrugada, fazer amor. vamos rodar com os amigos, vamos nos dar as mãos. vamos embora pra Passárgada! vamos contratar músicos com violinos e saxofones e trompetes. vamos chamar o Jorge para animar a festa. e violões e percurssões e tambores e batuques. vamos pegar o forró e misturar com o samba do criolo doido. aí a gente adiciona mpb e um pouco de música clássica, rock e bossa nova. vamos ouvir a música psicodélica e compartilhar desse sentimento de união. vamos fazer uma festa que não acabe nunca. que dure incansáveis 24h de um dia, por 30 e poucos dias no mês, por 12 meses ao ano, por, no mínimo, 95 anos. vamos transformar o tempo numa piscadela atemporal. aí a nossa festa vai durar pra sempre. vamos comer algodão doce. e rir até a barriga doer. vamos viver. vamos ir, quero ver. vamos amar. vamos, amor.
e ser feliz até quando a gente conseguir - incondicionalmente.


eu; fim do vestibular; férias; fim do ano; viagem; ano novo; amigos; caraíva; janeiro; resultados; e quem sabe, quem dirá, quem preverá, quem dera, vida nova. =)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

adolescência.

oh! que saudades que tenho
da aurora da minha vida
da minha adolescência querida
que os anos não trazem mais.
que amor, que sonhos, que flores!
naquelas noites, loucuras!
à sombra das castanheiras
nos rocks infernais.

Como são belos os dias
do despontar da existência
- respira a alma inocência!
com poesia e amor;
o mar é abrigo sereno.
o céu é cobertor estrelado,
o mundo um sonho dourado
a vida um eterno ardor.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

e agora

eu pago os meus pecados por ter acreditado que só se vive uma vez. pensei que era liberdade mas, na verdade, eram as grades da prisão...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

um desejo só.

a consistência do seu beijo se perdeu entre os rumos da história. me fez arrepiar da cabeça aos pés. coisa louca é essa chamada de desejo, que nos toma o peito e o corpo, a mente e os gestos, e nos faz querer uma imbatível coisa - até conseguir e a vontade cessar. sentir o teu calor de tão perto, sentir o teu olhar me rondando. sentir. sentir. sentir. tudo o que é feito do mundo sensível. seria abstração? na distância-abismo entre nós, queria eu poder dizer o quanto acho brilhante tudo o que você faz. o jeito que coloca as mãos na cintura me questionando. o jeito que segura argumentos, lê e analisa a vida. o jeito que me analisa. e faz uma radiografia com os olhos, nos quais eu finalmente encontro o desejo que fugiu de mim. é fato, abrigou-se em você.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

céu azul.


o céu hoje está azul.
tal como todos os dias
tal como o mar acolhe
e as estrelas chamam
o céu hoje está azul.

o céu hoje está azul.
como nunca esteve,
como nunca vi,
o céu hoje está azul.

e da janela do meu quarto
o céu me olha e sorri
o céu me abraça com sua brisa
o céu me ama como amante
tudo isso porque, hoje,
o céu está azul.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

tanto.

o que é que
esse azul infinito e ensolarado
esconde de mim?
talvez é lá que esteja
o amor que sempre procurei.