terça-feira, 9 de junho de 2015

tijuca.

hoje eu caminhei pelo bairro pra sentir o quanto ainda lembro de você. passei naquele lugar onde costumávamos tomar sucos diferentes. sentei no bar do outro lado da rua, pra poder te ver melhor. observei nós dois chegando, de mãos dadas e sorrindo. não demorou muito e saímos, tão gelados quanto aquele sanduíche de cream cheese e salmão que eu sempre pedia. cru e cruelmente frio.
eu já te disse o quanto era injusto lidar com a sua existência. mas até esses dias de junho, ela nunca me pesou tanto os ombros. observar essas ruas que guardaram tantas das nossas andanças; o restaurante mexicano com aquela quesadilla vegetariana e uma mixelada num domingo qualquer. o posto de gasolina onde você comprou tantos kitkats com coca-cola pra gente assistir intermináveis episódios no netflix. e o metrô, onde eu sempre estava indo ou voltando pra te ver.
há alguns dias vi você me observando. estava conversando com um amigo e sentia o seu olhar me seguindo onde quer que eu fosse. todos os nossos amigos teceram comentários sobre o quanto você me olhava. e nesse mar de disfarces, nesse baile de máscaras pitoresco, terminamos sendo aqueles que nos trancamos em casa sozinhos pensando um no outro, mas que fingimos nunca ter existido. tornamo-nos tão hipócritas quanto esses casais por aí, que são de plástico e insistem em aceitar a vida e suas variações bizarras. aqueles que se sentam em bares com caras tristes de tédio ou então de saudade, lidando com as conformações de infindáveis meias felicidades.

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