sábado, 16 de janeiro de 2010

diário de bordo 3.

o degradê dos relâmpagos e raios se mistura às luzes no céu da cidade. os prédios, tão sérios e desafiantes, agora se escondem no breu da chuva. essa cidade é fria. fria como uma mudança louca de tempo, onde todos são meros conhecidos. jamais amigos. no máximo, colegas.
o jeito de as pessoas se relacionarem aqui é frio e estranho. e isso emana em tudo: nas ruas, avenidas, nos carros, na chuva; na própria cidade, fria em si.
pudera eu encontrar calor na noite longa, madrugada. lá onde a batida não cessa e as pessoas têm cabelo verde e beijam-se entre si. homens e mulheres. homens e homens. mulheres e mulheres. uma mistura louca, bem a cara disso aqui.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

diário de bordo 2

São Paulo é uma cidade louca. louca e surrealista e tremendamente alucinante.
um fim de tarde púrpura degradê com um trânsito caótico. carros e mais carros, motos, velocidade, avenidas. espelhos e refletores. pessoas. pessoas que te encaram, que te engolem, que te beijam e te desprezam. pessoas que te olham e te tratam bem. tudo isso com um museu de arte moderna e outro de contemporânea, envolto por um parque bucólico e alternativo.
a vista dos prédios durante o dia, tão sérios e concretos. tão de concreto. dá lugar a vista dos prédios à noite, transformada num paraíso de luzes neon multicoloridas, combinadas e descombinantes, onde o vento transita transitoriamente enquanto o tempo cria seus pontos cruciais no destino. um ar desafiante. sim, isso é São Paulo.
com seus arranha-céus, arranhando a minha garganta. quem sabe num futuro não viria me abrigar entre esse mundo de concreto? aço, ferro, mansões e periferias. todas elas ligadas por avenidas brasis e paulistas. todas brasileiras. o ar das grandes cidades me deixa adrenálica; me desafia a sobreviver... a viver.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

SAMPA!



"...qual é a cor de São Paulo?
São Paulo é tudo menos cinza. É vermelha quando o trânsito pára. Verde quando no meio da correria dá tempo de respirar. Amarela pra namorar o pôr-do-sol. Azul-neon pra matar a fome no meio da noite. Tem todas as cores do mundo quando a gente precisa. Um album enorme de fotografias malucas, bonitas, melancólicas, mal acabadas e muitas vezes tiradas com pressa, justamente pro mistério da cidade continuar. O que eu mais gosto em São Paulo é que nada aqui é óbvio. O cara de terno é surfista profissional; o mendigo é PHD; o taxista é poeta; o feirante é tenor e o vizinho maluco é gente boa. Se bem que aqui as coisas parecem ontem, justamente porque a cidade tá toda misturada, mexida, reinventada o tempo todo. Quase não tem espaço, mas a gente sempre encontra um jeitinho pra amar e pra ser feliz..."