quinta-feira, 28 de maio de 2009

brilha.


o primeiro raio de sol mal bateu na janela orvalhada e ela já se levantara. fitou a parede, cheia de recordações. viu o óculos e o huxley jogado logo ali do lado e agradeceu. não importa a quem, mas agradeceu. abriu a janela e sentiu o doce ar gélido da manhã ensolarada, terrivelmente calmo; terrivelmente alvo e sensível; terrivelmente colorido e essencial. observou os passarinhos numa linda dança no céu. como, no meio de uma cidade daquele tamanho, poderiam viver em tão perfeita harmonia? observou a lagarta que pendia num casulo numa folha da árvore da frente. como, no meio de uma cidade daquele tamanho, poderiam viver em tão perfeita harmonia? observou as formigas, andando sempre naquela linha interminável de obediência. pareciam até que eram fiscalizadas. como, no meio de uma cidade daquele tamanho, poderiam viver em tão perfeita harmonia? e viu o céu límpido, o sol reluzente, algumas nuvens ao fundo; e viu fotos, amigos, bebidas, sorrisos, afeto, mar, e terra e chão; e amor e tristeza; e sabor e cheiro; todos eles inconfundivelmente misturados no caos sensível. e se deu conta: como, no meio de uma cidade daquele tamanho, poderia viver em tão perfeita harmonia?
- e logo encontrou a resposta: é
a natureza... ela sempre dá um jeito pra desabrochar em flor.

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