segunda-feira, 11 de setembro de 2017

tardes brilhantes e devaneios.

e hoje me dei conta de que continuo a mesma, apesar de você, apesar de vocês - vocês todos e todas. me dei conta que mudei incansáveis vezes, me vi de ponta a cabeça, na ponta dos pés. tão na ponta que alcei voo. mudei tanto, que voltei a ser eu mesma, aquela de sempre com sardas na cara, que gosta de sal e luz, gosta e mar e música. é quando a gente se dá conta de tamanha completude - quase como que um reconhecimento, nossa face no espelho encarando a gente mesma alguns anos depois e dizendo "oi! como você mudou, mas estava sempre aí, eu sabia!". o mais atraente das metamorfoses internas é saber que nossas motivações são, nada mais, nada menos, que a internalização de nossas próprias vivências, desejos, anseios; aquilo que nos move é infinito assim como a nossa melhor parte: a parte de dentro. e por isso o a-pesar. ter coragem de ser quem se é, cumprimentar o próprio reflexo requer raridade, requer quilos. não é efêmero, volúvel. é consistente, complexo. isto porque possui o peso da responsabilidade de cativar a si mesmo, todos os dias, o tempo todo. é necessário exorcizar as máscaras. sobretudo, possui como requisito enfrentar os próprios demônios, avistá-los cara a cara, saber seus nomes. e por isso mesmo tão singular. peculiar, eu diria. um chá de alecrim, um bom livro, a rede colorida e o rio de janeiro pondo seu sol sobre mim.

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