domingo, 21 de fevereiro de 2016

encontros e despedidas.

"quis Deus - Oxalá ou o Diabo, a Pachamamma, o Cosmos ou o Universo, que eu viesse a este mundo como filha de Iansã. esse sangue de fazer acrobacias e esse ímpeto de ser tempestade, já o sentia desde pequenininha quando batia o vento nos cabelos pela janela do carro, quando montava no pangaré Desenho pelo sítio. e esses insights tipo raio, esses olhos cor de nuvem chuvosa prontos a descarregar o gatilho da alma e a inundar o peito. e esse ascendente em sagitário louco que me coloca a buscar caronas e transforma em lar os lugares que passo, as cidades perdidas, as rodoviárias e aeroportos do mundo, a fronteira entre esse país que mal cheguei mas já estou partindo e aquele país que nunca fui mas considero pacas. e uma fome sem tamanho de devorar gastronomias, melodias, arte, pintura, museus, trilhas, montanhas, praias, cenotes,
sorrisos, políticas e pessoas. sou aquele vento que precede a chuva que chegou e já está indo, que se vai mas deixa a anunciação. as casas que já morei, as histórias que já contei a mim mesma que já passei, os livros que já vivi e os olhares que eu já li: reflexos, espelhos, as faixas amarelas na estrada, as gotas de umidade correndo velozes pela janela do vôo, o capim que balança quando a gente passa acelerado pisando firme e deixando pra trás passos e passionalidades. esse sentir tão infinito que nos faz ansiosos, tão resguardado que nos torna calmos. a luz da manhã invadindo o quarto, a mochila nas costas para o próximo destino. next stop: as infinidades dessa nossa breve e intensa existência humana".

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