quinta-feira, 30 de julho de 2009

viajante.

diluir-se
no ar
matéria
errante, errar
idéia
erro
social
conhecer
faz o bem
ou faz o mal,
viver?
viajante
dançante
estrada
amante
poeira
errante
e eu
no mundo
sem cara
sem grana
sem fundo.

sábado, 25 de julho de 2009

e eu...

já não me reconheço mais.
de quem são essas roupas de gente grande?
com brilhos, lantejoulas e detalhes demais
já não me reconheço entre as pessoas
rezei em muitas catedrais;
já quebrei muitos vitrais;
e apenas descobri
que a vida tem muitos canais.

terça-feira, 21 de julho de 2009

sábado, 18 de julho de 2009

maramar.

e o mar me olhou
e olhei o mar
mar solidão impossível
nessa selva de amar.
e o mar olhou pra mim
e não aprendi amar
esse amor sem fim
mar, mim, mar.



- é, as vezes é difícil entender essas coisas que sentimos; que saem não sei da onde e vem nos atormentar não sei porque.

domingo, 12 de julho de 2009

pois é!

pois é, não deu! deixa assim como está, sereno.
pois é de Deus tudo aquilo que não se pode ver.
e ao amanhã a gente não diz.
e ao coração que teima em bater,
avisa que é de se entregar o viver.
pois é, até onde o destino não previu.
sem mais, atrás, vou até onde eu conseguir.
deixa o amanhã e a gente sorrir!
que o coração já quer descansar..
clareia minha vida, amor, no olhar.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

resumo de sexta!

três garrafas de cerveja, alguns amigos, umas discussões intelectuais que não levam a lugar nenhum e a terrível sensação de ter um simulado no sábado de manhã ! ¬¬

quarta-feira, 8 de julho de 2009

e aí?

o que te impede? de voar, de viver? qual barreira é tão terrivelmente grande que nos impede de transpor as dificuldades, de driblar as tormentas...?
onde começa e até onde vai os limites do ser humano?
até onde nós vamos...? será que o esforço pra fazer o bem vai além? será que nós realmente fazemos o máximo, chegamos na fronteira do 'não posso mais'.. até nos convencermos de que o amor e a compaixão é maior do que isso tudo?

e quanto mais penso nisso, mais percebo que somos um grão de areia no deserto.
e que não sabemos nada, embora a gente insista a ostentar cada dia mais e mais esse título de seres dotados de inteligência.


[inteligência essa empregada para tantos outros meios que não os necessários].

terça-feira, 7 de julho de 2009

sobre isso, e aquilo...

não.
me recuso a aceitar que a realidade é composta de dor, que o amor é feito dela; me recuso a não receber um bom-dia quando entro no ônibus; me recuso a não ver o sol nascer e a não olhar a lua cheia num dia como hoje. eu me recuso a ser mais um humanóide que vive no mundo sem saber viver. que não aproveita a luz do dia, a luz da noite, que não aproveita.
me recuso a aceitar cada decepção como verdade.. e a torná-las verdade pra mim.
porque por mais preta e branca que esteja a vida... é preciso muito AMOR pra se fazer colorido o nosso arco-íris... e além disso: PERDER A TERNURA, JAMAIS!

sábado, 4 de julho de 2009

a gente se acostuma.

...mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(Marina Colasanti).

quarta-feira, 1 de julho de 2009

vejo flores em você.

- all star no pedal e eu mergulho no vento estrelado das 22:40h. aquela sensação linda de liberdade, do pássaro que voa baixo, quase tocando o chão. o brisa gelada cortando o rosto e o vôo... um passo para chegar no céu, um segundo pro paraíso coloridamente infindável. as ruas vazias de gente deixam o caminho livre... pra mim e pras minhas lembranças. doces lembranças que chegam em ondas. maremotos nada pacíficos, balançando as ilhas que nos cercam, os sentimentos que nos rodeiam. os sorrisos que se escondem atrás dos cotidianos.
aaaaaaah como são lindas e maravilhosas as sensações da vida! dançam empolgadas numa valsa de flores e amores, misturadas com cheiro de incenso âmbar e gosto de cerveja gelada descendo na garganta envolvida por cachecóis; essas astutas!, nos gelam as mãos que permanecem dadas à outras mãos... mas esquentam, cada dia mais e mais, os nossos corações.