O coelho Tuelho era um pacato cidadão da Terra do Pra Sempre e Sempre. Pagava em dia todos os impostos, jogava seu lixo orgânico na coleta seletiva e obedecia fielmente a todas imendas constitucionais que o Rei Leão impunha.
Tuelho trabalhava feito uma formiga e corria mais que a lebre pra sustentar seus 150 filhos e dividir um pouco do seu tempo com sua coelhada.
E quando ele chegava em casa, apesar de todas as dificuldades, dava pra se divertir um pouco assistindo a reprise do Big Rabbit na TV Globalienoelho.
Mas o Tuelho sempre andava preocupado em como sustentar sua coelhada. Sem querer se desfazer do seu pedaço de chão ou da sua Toca Duplex, passava noites maquinando como poderia viver com mais qualidade de vida, cenouras fartas, pré-natal coelhístico e direitos decentes.
Foi quando ele percebeu que as Raposas que trabalhavam na Colina dos Ministérios e no Senado Federal da Terra do Pra Sempre e Sempre eram, na realidade, sangue-sugas dos moradores da Terra do Pra Sempre e Sempre; e percebeu que aquilo nunca iria mudar, afinal, tudo na Terra do Pra Sempre e Sempre era PRA SEMPRE!
A Srª. Tuelha começou a reclamar da vida e o pobre do Sr. Tuelho que dava das cenouras o coração para sustentar sua família, já não sabia mais o que fazer.
Foi quando o Sr. Tuelho se revoltou: Aparou o bigode, fez cabelo black power, colocou alargador, começou a frequentar festas raves, levou seus filhos pra ver o show do Rabbit Marley (que inclusive, eles adoraram), deu um matinho pra Srª. Tuelha relaxar, se formou (ironicamente) na Faculdade Federal da Província Tuelândia em Engenharia da Cenoura, ficou rico e passou a não dar a mínima pro Estado Soberano da Terra do Pra Sempre e Sempre.
Não sei porque, mas acho que já li essa história em algum lugar!
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