terça-feira, 6 de setembro de 2011

pra onde tenha sol... é pra lá que eu vou.


num dia desses eu vesti o meu pulôver, caminhei até a cozinha escura e destranquei a porta de jacarandá. caminhei pelas pedras nuas em torno da piscina, puxei aquela cadeira e me sentei de fronte ao sol. abri o polôver e deixei o sol penetrar cada poro da minha pele branca. recostei, joguei a cabeça pra trás e fechei os olhos.
enquanto o sol me invadia a mente, me imaginei na praia. eu podia sentir a brisa e o mar de ipanema, azul celeste, quebrando ao meus pés, com aquelas ondas de pontas brancas e espumantes. via as ilhas cagarras ao fundo do cenário, com gaivotas voando ao longe. olhei as pessoas na areia, aquela areia sempre cheia de gente, independentemente da época do ano. observei cada gesto, cada sorriso, cada pitada de felicidade. aquelas pessoas do mundo todo, aquela gente brasileira, com sua pele exposta ao léu, com seu remeleixo estampado na cara, puro swing.
os prédios do outro lado da rua continuavam com um ar cosmopolita. e os cafés em seu entorno, tão chics, tão vitorianos, esbanjavam todo o charme do mundo. os coqueiros balançavam na lenta velocidade do vento, as pessoas caminhavam pra lá e pra cá, no meio dos carros, da ciclovia, no calçadão, nos kioskes, atravessando a avenida. e ali estava eu e meu corpo, se bronzeando naquele sol escaldante, sentindo o sol que aquece a vida, que aquece nossos sonhos, nossos desejos; sentindo o sol que está longe, sempre dentro de todos nós, esperando pra nascer.

Alice mora numa rua de pedras fria no interior do Rio Grande do Sul.