quinta-feira, 5 de maio de 2011

O sorriso da Monalisa.


Se seremos alegres ou tristes, não sei. Não poderemos saber disso, enquanto nascer o sol a cada novo dia. Não poderemos descobrir, mesmo debruçados sobre a janela chamada presente, tentando enxergar sem óculos o quintal do futuro lá fora.
O que sei é que há coisas que vão nos machucam pra sempre. Que nunca se vão, nunca nos deixam. Estão ali, guardadas, só para fazer doer aquela ferida que achávamos já ter curado. Ai de nós. Elas se pronunciam nos dias em que o cinza toma conta do céu. Nos dias de pôr-do-sol alaranjado e nos dias de ventania. Nos machucam e nos tornam duros, firmes, indolores, quando não mais somos capazes de sentir.
Mas o que sei, debaixo desse céu e em cima desse chão que piso, o que sei, é aquilo que todos deveriam saber: enquanto toca o Le Banquet, do Yann Tiersen, eu danço. Por dentro. Dançamos. Dançastes. Ou pelo menos deveria dançar. E sempre vai haver uma dança, proporcional a todos os espinhos de todas as rosas desse mundo.