sábado, 9 de abril de 2011

in-consciente.


Escrevo meu livro enquanto a Janis chora seu blues. Lasanha com mousse de morango nunca foi tão bom como quando compartilhados com amigos à mesa. A lua está alta, o vinho em temperatura ideal. E enquanto o vento urge no estuário da Lagoa dos Patos, ele me encontra, me gela os desejos e me deixa mais saudosa do que não vivi.
A Janis e seu blues tem sido meus melhores amigos nos últimos tempos. Até mesmo quando Foucault tenta se introduzir nos meus pensamentos, me vigiando e punindo. A loucura nos beija os lábios, nos acarinha o rosto, mexe no meu cabelo. Ela nunca esteve tão real.
E viver nunca pareceu tão fácil. E essa Alice, feita de carne e alma, osso e personalidade, vai subir no salto e descobrir a noite - quando não mais a noite já existe, nos seus sonhos mais profundos.