quarta-feira, 30 de setembro de 2009

15:53;

- os mistérios bem guardados das calçadas emanam pelas ruas. o sol se esconde lá em cima, no imenso infinito cor de clara em neve. as histórias, as lembranças esburram o peito, tomam conta; misturam-se ao vento com as folhas secas; voam pela brisa gélida, melancólica.
uma harpa soa em algum lugar. um bebê sorri. um all star caminha por entre a selva de pedra com uma rosa no peito e uma melodia na mente. na frente, no ouvido da gente. está em todos os lugares do mundo ao mesmo tempo: em beirute e são paulo; em calicute e na palestina; no rio de janeiro, na china... pernas. mãos. beijos e abraços. se procuram, se miram, se escondem, se perdem. se descobrem numa busca sem sentido pelas ruas, avenidas, cidades, carros; na velocidade louca e transitória dessa vida, onde estariam os meus nessa quarta-feira fria?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

-

a insegurança é uma mulher ingrata que te beija, te abraça, te rouba e te mata!

domingo, 27 de setembro de 2009

alto aqui do sétimo andar...

no sol de quase outubro
na brisa quente
azul e rubro
enrubescem os sentidos.
abro
meu coração aos quatro ventos
abrigo o sol, o mar
a imensidão azul infinita
pra não queimar de amor
cubro.


Raiza C.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quinta!

- "se você quer alguma coisa na sua vida, vá até lá e pegue".

a felicidade é uma coisa extremamente efêmera e doce. não tem hora, nem lugar pra acontecer. simplesmente brota desses nossos caminhos turvos, dessas nossas decisões confusas e emoções volumosas; não é egoísta. nada cobra além da empatia de senti-la;
e é relativa para cada um... incondicionalmente relativa!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

independência ou morte!

eis que levantou a espada
"independência ou morte!" bradou
e esta é a história fadada
de um povo sofrido
de um urro, gemido
sufocado pela voz de um militar
com disenteria avançada;
eis que o trabalho do povo virou piada!
de resposta ao suor-sofrimento
ao longe ouviu-se a risada
do governo chulo
enxovalhando Canudos
e o Mestre Conselheiro na paulada;
passou café-com-leite,
coronelismo, ditadura,
sai Collor, entra Fernando;
continua Sarney, a Mensalada;
nesse país de miséria
cidadãos cheios de pilhéria
mantém o conto de fada:
o brasileiro faz carnaval
na panela vazia, sem nada.


- Aproveitar o grito de independência pra dançar forró até o sol nascer... =)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

crônicas de quarta.. à noite?

ela fitou os próprios pés; o tênis encardido que já embalara tantas e tantas andanças, tantas aventuras... e resolveu escrever essa prosa meia boca.
o sorriso refletindo a luz do sol com um pouco de nicotina, se esforçava pra ser mostrado. todo aquele clima pesado, aquela casa grande e fria de onde saíam gritos e palavrões e tantos outros sentimentos; amor e ódio se confundiam, consumiam suas entranhas como azia.
tomou a xícara em suas mãos. fez menção de tomar aquele líquido mortal e estremeceu: teria coragem? o veneno dos deuses, sem dor, sem cor; morte rápida e súbita, liberdade infinita; desistiu por fim de simular a própria morte com café; abriu a geladeira, tirou uma cerveja, sentou de fronte á tv mais uma vez e ligou no mesmo canal solitário de todos os dias.


- ela queria ir, mas a coragem era pouca; por fim, era apenas uma covarde. e nada mais.

sou.

essa tal de raiza
foi feita de um algodão-doce
cor-de-rosa com carmim
que resolveu um dia
ir voando até o céu
bem na hora do pôr-do-sol.

uns suspiros..

em muitos momentos
me diverte pensar
que faço piada de minha própria existência
que faço cordões de contas
da minha própria complacência
sem convalescência
não se deve vagar nesse mundo
atrás de uma vil decência.
ah, doce carência
de perfis personalíticos
sobra de posturas débeis
e de almas inanes.
que condescendência!
atiram-se à morte da vida
e perdem-se no labirinto
da vida efêmera
antes da morte.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

before i knew...

o cheiro da madrugada se aproxima
com a luz especular nos olhos
e o gosto das cerejas
ah, quantas solidões nos visitam
nessas noites de primavera
onde o mar vem quebrar suas ondas
em nossos corações desamparados;
quantos amores desejamos na calada dos sonhos,
nas frestas das portas,
nas escovas de dentes desgastadas
no ranger de dentes solitários
insistimos em negar ao mundo
"somos felizes" sorrindo
nos acostumamos com tudo
todo esse pouco profundo
todos os restos segundo
tudo o que sobra
tudo o que é.