quarta-feira, 8 de julho de 2015

minha pedra é a ametista.

somos as desajustadas. aquelas que criticam, aquelas que não concordam. somos àquelas que enxergam para além do básico, do senso comum. e como somos analíticas! antes que você perceba meu sotaque capixaba, já analisei sua procedência, perfume, postura e estilo. não somos subordinadas. jamais seremos Amélias. mas, pomposamente carinhosas, abraçamos o mundo ao nosso redor com um senso de justiça impecável. damos pra essas coisas sociais e pra essas coisas sentimentais: enxergamos a dor. temos garra, fomos sensíveis mas somos fortes. não há uma que eu conheça que seja mulherzinha; sequer uma passou na minha vida despercebida. somos daquelas que entram e bagunçam, desalinham - simplesmente pois sua vida vai ficar melhor depois de nós.
somos profundamente leais. e enxergamos quando a lealdade não existe. observadoras, reconhecemos de longe um mau caratismo. e como, como somos sentimentais. guardamos o mundo de profundidade neste coração cheio de cantinhos e recônditos. o que fica ali guardado, por dias, meses, anos, até que haja confiança o suficiente pra tanto amor ser vomitado. mas quando acontece, meu caro, vomitamos um arco-íris em cima de quem merece. gostamos de amarelo. mas principalmente de todas as cores, onde podemos colocar nosso brilhantismo intelectual pra fora desse corpinho. lemos sartre, nietzsche, freud, foucault, becker. devoramos romances que se abrem como uma revolução dos bichos, como admiráveis mundos novos à nossa frente, os quais admiravelmente desbravamos na cara e na coragem. pois nós vamos: à luta, corremos atrás. de punhos cerrados, nos movemos. respiramos. vivemos. e com uma honestidade absurda, coexistimos. mas não somos de plástico. maquiadas, não maquiamos esse jeito de viver. ou é 8 ou é 800 mil. terrivelmente práticas, embora o mundo ainda não esteja preparado para tanto dinamismo. somos nós, que brilhamos. somos virginianas, apenas e muito.