quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ausência.

nada como a beleza da nossa individualidade. nada como estar sozinha no silêncio da casa. só. só com o caetano, com o cheiro do chão de madeira. momentos ínfimos. momentos únicos. o silêncio que reside no barulho da geladeira. um papo cabeça com a lagartixa que mora na sala. e o violãozinho no fundo.
porque aquele que consegue encontrar paz sozinho, encontra paz na sua alma. amacia os sentidos com sua própria personalidade. encontra em sua alma o refúgio das coisas boas da vida. calmo, sereno, reluzente.
estar só, mas com o mundo dentro de nós. com o amor que cabe nesse mundo, com todas as pessoas que dele fazem parte. mas só as boas. estar só, mas com todas as fotografias lindas e coloridas dos momentos bons e felizes. estar só com sorrisos. só com bons pensamentos. só, eu e o caetano, dançando valsa na sala.
uma serenata com os grilos. um sorriso pro Astolfo, o gambá. um beijo na cara da sociedade. beijos pra necessidade de estar o tempo todo rodeado de pessoas pra se encher delas. amo pessoas, mas quem precisa delas pra completar a si mesmo é vazio. e quando se é vazio, nem com todas as pessoas do mundo a gente está completo. beijos pra quem encontra em si a calma de ser o que é, sem precisar de complementações. beijos pra quem é único sem ser sozinho. beijos pra quem está só sem ser vazio. beijos, beijos e beijos. todos os beijos do mundo cabem em mim. todo o amor, toda alegria. um salve pro percevejo, porque hoje eu vou dormir sozinha. mas cheia de mim. esburrando de raizices. transbordando presença de mim mesma. acima de tudo feliz.