segunda-feira, 16 de julho de 2012

acrobatic blood.

um dia conheci um cara, desses charmosos, carismáticos, bonitos... e ele fez a melhor definição sobre mim que alguém no mundo poderia fazer. "você é assim porque não sabe caber dentro de si mesma. você precisa extravasar você, senão você explode."
fiquei ali parada, olhando o rio de janeiro sendo plano de fundo daquela conversa - e me perguntando quem era aquela pessoa que conhecia tanto de mim. é incrível o quanto alguns segundos na nossa vida podem ser tão raros, mas tão raros, que serão lembrados até o fim.
não é atoa que me arrepio quando escuto "she`s thunderstorms". uma música que fala tanto da nossa alma só pode conversar com ela enquanto suspira sua melodia em decibéis.

"she came and substituted
the peace and quiet
for acrobatic blood, flow, concertina
cheating heartbeat
rapid fire
she's thunderstorms
lying on her front
up against the wall
she's thunderstorms"
 
eu entendo desses loucos sobre os quais kerouac escrevia. entendo dessa estrada, o fogo cruzado das faixas amarelas pintadas no asfalto desgastante. vitória, rio, brasília, são paulo, aviões, porto alegre, estradas, estradas da vida. eu entendo do céu azul que se vê no horizonte dos alagados, ou do nublado do inverno, com baixíssimas temperaturas. entendo do clima tropical que aquece nossos corações. quando não caibo dentro de mim, eu vou viajar. vou buscar no vento a paz que quero em mim. "she's been loop the looping, around my mind..." vou buscar no mundo os amigos que me inspiram. Os Deans Moriatys que minha alma precisa.
 
quando a gente não cabe dentro de si, nenhum lugar é capaz de nos fazer caber.